Paradoxo.

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«(...) É por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito.»

domingo, 1 de março de 2009


Um sorriso.
Era tão bom quando os davas. Era tão bom saber que, por vezes, era eu que os proporcionava.
Já nem conheço a cor, feitio dos teus dentes. Já não os vejo a tanto tempo.
Neste momento, muito dificilmente faço o que em tempos fazia constantemente.
Não consigo sorrir!
Sinto que me falta alguma coisa. Pode ser pequena, mas para mim, grande, muito grande.
As palavras são sempre mais do que palavras: um punhal, uma carícia, uma confissão.
Eu queria cada vez mais aquelas palavras que sentia cada vez mais minhas e desejava que ele sentisse o mesmo.
"As palavras mão chegam para nada. A gramática é deficiente."
Sei que espero todos os dias uma ou duas frases que me permitam continuar a respirar neste mundo.
É verdade que escrevi todos os dias para outra pessoa e só depois vim a saber que era para ti. Podia ter parado, mas já era tarde. O pânico de não conseguir escrever mais sem o alento das tuas incisivas frases.
Houve dois dias que não em que não me respondeste. Foram dias em que não escrevi uma palavra.
Nunca saberei agradecer-te os beijos que nos damos. Tudo isto é um sonho e eu vou acordar no próximo minuto. Não sei se choro, se sinto raiva. Sei que qualquer coisa em mim por ti grita alto lá no fundo e não se ouve. "Vejo-te a afastar devagar até desapareceres no centro de um cenário. Não sabia que podia doer assim, para sempre."
Eram poucas as palavras que dizíamos. Atentamente ouvíamos o silêncio um do outro, todas as migalhas, todos os suspiros, qualquer ruído de corpos. O silêncio falava mais alto do que as palavras. As palavras eram um pretexto para continuarmos agarrados por um fio.
"Não gostaste do que viste? É natural. Nem viste tudo o que podias ver, muito menos o que eu não quis que visses. Eu não sou uma montra, sabes?
Quando quiseres o que não viste vais também querer o que chegaste a ver. Mas vai ser tarde!"

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