Paradoxo.

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«(...) É por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito.»

sábado, 19 de setembro de 2009

Acho que hoje descobri uma verdade que desde há algum tempo tenho negado aos outros, mas, e muito pior que isso, a mim. Fui para o Gerês para sair daqui, também. Encontrei lá e por lá algo e alguém imaginável, é verdade. Deu-me uma outra força. Cheguei cá, sentia-me completamente nova e cheia de vida e com vontade para fotografar e escrever. Sentia-me viva. Conhecia a pessoa com quem partilho todos os momentos da minha vida. A pessoa que habita em mim. Passado, no máximo, três dias, senti que ela se refugiou novamente e teima em não falar em fechar se e mantém-se lá silenciosa. Silenciosamente vai caminhando, perdida. As lágrimas caiem e ela mantém-se calada. Já nem escrever lhe é suficiente. (Será que o melhor não era ela sair daqui?!) Ela não sente necessidade e simultâneamente sente-a a mais. E fica neste vai e vem contraditorio. A verdade está completamente esborrachada na sua face. Se só percebeu hoje?! Sim, provavelmente sim. Isso ajuda?! Aceitar as coisas, este tipo de coisas, ajuda!? Ela não sente isso... Sente que quer voltar a partir ou sente que precisa de qualquer coisa.
Está demasiado escuro sem ele, está demasiado perdida porque ela acha (ou assim quer pensar ou talvez ela, por agora queira acreditar nisso) que ele a levou, literalmente, com ele. Então?! Então... Hoje achei que seria capaz de ler. Sim, de fazer uma coisa tão simples: Ler. Ler, sim, eu consegui ler. Agora se me perguntarem se aguentei... Não, isso já não.
Eu consegui notar a diferença. Sim, «antes e depois», estão claramente estendidas lá. Tão bem! Assusta.
Esta minha alma que quer continuar calada!... Qual é a dificuldade, desta vez?!
Tanta complicação, tanto desespero, tanta falta de paciência... porquê?! Qual era o problema de esperar?! Qual era o problema de ter confiança?! Qual era o grande problema, naquela altura?! Há! Sim... Como me poderia esquecer...
Tem que haver outra coisa, tem que haver um sitio. As minhas lágrimas caiem e o meu coração não se defende, o meu cérebro não comanda, o minha alma não descarrega em nada nem ninguém!... Então?! Porque me sinto tão pacifica e transtornada?! Não reago e sinto-me totalmente calma. Estou em constante negação contra mim própria. Só quero conseguir espairecer novamente, porque sinceramente, já nem compreendo as minhas atitudes.
Quero vento a passar por entre os meus cabelos e que me carregue com ele, quero ver a noite a cair e deitar-me com ela, quero deixar que o meu interior perdure e sentir-me viva.
Amanhã é uma nova etapa, amanhã é um novo dia.

5 comentários:

nuno medon disse...

olá! espero que encontres a paz de que necessitas, mais depressa do que imaginas. E se um dia, quiseres entrar no meu msn para desabafar ( se precisares ), estás á vontade. O meu msn está no meu perfil..beijos e continuação de um bom Domingo!

N R disse...

Não conhecia o teu blog, nem sabia que me seguias. Fiquei muito contente com o que me disseste, sabe bem que alguém goste do que fazemos. E está descansada, não pareceste nada rídicula. :D

Gostei muito deste texto, da maneira como conseguiste falar dos teus dois lados e que no fundo são apenas um. Acho que essa pessoa que aqui falas e encontraste no Gerês, é o teu lado que, como bem disseste, pede Vida para a tua vida. E isso é algo que deve ser todos os dias cultivados, se não correse o risco de passados três dias, esse lado voltar a refugiar-se e sentirmo-nos novamente pior. Nisso somos parecidos. E apesar de também contar muito com o amanhã, acho que se for possível deve-se começar já hoje, uma nova viagem, seja ela ao Gerês ou a outro lado onde se encontre forças.

N R disse...

Obrigada pelo elogio.

Sim, mas agora tento pensar mais no presente. Acho que não vale muito a pensar nisso, tens é de seguir quem és. Embora perceba a dificuldade, é como uma força sempre a puxar para baixo. Mas a grande parte da recuperação tem de sair de ti, tens de acreditar.

N R disse...

Tive de fazer uns retoques, agora penso estar melhor. Mas o teu comentário ficou guardado. :)

N R disse...

Tu tens de ver o mundo, não necessariamente aceitá-lo. Embora não tenhas grande remédio.
Eu não aceito, e não é apenas pela confusão, muitas vezes também o silêncio face ao silêncio. Mas virar as costas não é solução.