Anoitecia. Eram 9h e ela saiu de casa. Apavorada, sim quase a entrar em pânico. Também, sem nenhum motivo aparente. Estava tudo a correr como ela nenhuma vez, em algum possível sonho poderia ter sequer ponderado. Amor, amigos, escola, desporto, tudo o que ela considerava importante estava preenchido, mas ela sentisse apavorada quase a explodir de tanto sentimento.
Ia ter um encontro. Um encontro?!? Encontro... Essa palavra soava tão mal. Não era bem um encontro mas o facto é que era novamente um encontro. Um pouco confusa a cabeça dela. Ficou por ali. Não tentou concluir nada nem tentar perceber o que lhe causava tanta confusão e desassofego. Talvez no fundo soubesse o que lhe assustava tanto. O tempo. Sem duvida o tempo causava-lhe uma enorme confusão. Tremeu, penso que de medo, ou qualquer outro sentimento que não consegue definir. Mas tremeu pelo o convite inesperado e fantástico. Tremeu e desconhece ou pensa desconhecer essa tal razão.
Anoitecia. Eram 9h e ela saiu de casa. Ia no caminho a pensar. Tantas ideias, tantas emoções e aí não procurou a conclusão, mas sim a conclusão veio ao seu encontro. Não estava a pensar. Não estava a conseguir definir uma ideia ou uma opinião, logo, não estava a conseguir pensar. Tentava só manter-se calma, ouvindo musica com o seu pequeno coração a mil batimentos por segundo. Tão rápido. Não tinha sinalização, não conhecia um sinal STOP, não conseguia qualquer outro sinal. Seguia a mil. Ela encontrava-se a uns passos de chegar ao sitio marcado onde ele estaria a sua espera, ansioso. Isso ainda a assustava mais. Não sabia como ia ser a sua reacção perante aquele panorama, não sabia quais eram as palavras de diria ao chegar perto dele. Talvez cumprimenta-lo. Mas como? Tudo isto corria a mente dela em segundos.
Chegou ao lugar, sentou-se e logo respirou de alivio. Sim, ele ainda não se encontrava lá. Sentada relaxou. Agora era só esperar para ver. Avistou-o ao longe. Sentimento de alegria preencheu o vazio dela. Parecia um belo pinguim a andar, a partir daí, pelo noite dentro, não sentiu qualquer apavoramento mas uma enorme paz dentro dela.
A noite parece que os protegia numa espécie de manto prateado, deixando todos os barulhos e pessoas ocultas. Só restando nós. Tudo a volta deles parecia irrelevante, insuficiente para captar a atenção que estava perplexa a observar o trabalho do tempo e na estranha sensação que os preenchia por dentro. Experiências de vidas tão desiguais, histórias tão semelhantes.
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