Paradoxo.

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«(...) É por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito.»

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Quinta Historia

"Pode ser a qualquer hora, onde quer que esteja, com quem quer que seja. Olho para uma coisa e, sem querer, começo a retilhar-lhe uma a uma todas as ligaçoes que ela tem com outras coisas até ela acabar por desaparecer. Uma pessoa está a falar comigo e, de repente, deixo de a entender porque fico encantado pelas palavras, sem cuidar do que dizem. Ou então estou a pensar numa coisa e começo a pensar no que sera isso de pensar numa coisa e esqueço-me do que se esta a passar. Coisas assim.


É só um exemplo. Todos os exemplos são diferentes. É só por ser o primeiro que pode ser mais interessante. É espontaneo. Mas também pode ser um exercicio, quero dizer, provocado. Estou deitado, fecho os olhos e começo a pensar em mim ate acabar por não pensar em nada. Melhor, começo a pensar em mim, por ser o ponto mais proximo onde o mundo se reune, e acabo a pensar no mais distante, que nem sequer é nada.

O meu amigo fixou-me nos olhos, virou-se para o lado, pegou numa caneta e num papel, no qual escreveu e que em seguida me entregou, levantando-se da cadeira e estendendo-me a mão direita em despedida. Dobrei-o em quato, agradeci, e pu-lo na carteira. Li-o no metro a caminho de casa, parado numa estação qualquer. Tinha escrito: "Tenha paciencia. Eu também sou assim."




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