Paradoxo.

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«(...) É por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito.»

sábado, 17 de abril de 2010

E NO CAOS

«Quem sabe aonde nos levará o dia, com os seus pés de lã, subrepticiamente? À gloria ou ao cadafalso? À consciencia da miséria ou à ilusão da grandeza? Terão sentido os gestos, as decisões, o que pensamos do que acontece, a ideia que nos fazemos dos outros e de nós proprios? Uma coisa é certa: ora chove, oral faz sol, os dias sucedem-se com indiferença.

As palavras de amor eram sinceras, mas nós que sabemos do que sentimos? A spromessas eram espontaneas e contavam com o futuro, mas nós que sabemos de nós mesmos ontem, hoje, amanha? E nos caos de todas as possibilidades apoiamo-nos no corrimão da descida aos infernos, temos a impressão da segurança. No infinito que nos atemoriza e que reduz a pouca coisa a nossa presença no universo tentamos ir construindo habitações que se assemelhem a uma casa, estradas que parecem levar a algum lado, montanhas que escondem as verdades e o sentido do mundo para além dos limites do nosso olhar.

Aonde nos levará este dia, aonde querem levar-nos as palavras aparentemente seguras da sua ternura daquela que repetidamente proclama e nos jura o seu amor?

Que eu não morra no tempo do erro, ouviu-se dizer. Que ao fechar os olhos definitivamente não me tenham ficado ilusões nem vestigios da duvida. Só a verdade, se existe, pode trazer alguma paz á conclusão da novela intrigante e cheia de hesitações da minha existencia.»

João Camilo

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