As palavras de amor eram sinceras, mas nós que sabemos do que sentimos? A spromessas eram espontaneas e contavam com o futuro, mas nós que sabemos de nós mesmos ontem, hoje, amanha? E nos caos de todas as possibilidades apoiamo-nos no corrimão da descida aos infernos, temos a impressão da segurança. No infinito que nos atemoriza e que reduz a pouca coisa a nossa presença no universo tentamos ir construindo habitações que se assemelhem a uma casa, estradas que parecem levar a algum lado, montanhas que escondem as verdades e o sentido do mundo para além dos limites do nosso olhar.
Aonde nos levará este dia, aonde querem levar-nos as palavras aparentemente seguras da sua ternura daquela que repetidamente proclama e nos jura o seu amor?
Que eu não morra no tempo do erro, ouviu-se dizer. Que ao fechar os olhos definitivamente não me tenham ficado ilusões nem vestigios da duvida. Só a verdade, se existe, pode trazer alguma paz á conclusão da novela intrigante e cheia de hesitações da minha existencia.»
João Camilo
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