Paradoxo.

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«(...) É por isso que eu não fico satisfeito em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito.»

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Primeira História

O seu unico trabalho era sonhar. E manter o sonho diante de todas as coisas que restistem, levava-o muitas vezes ate a exaustão. Entao refugiava-se na parte mais sombria da quinta de Sintra e lia dias a fio textos em hebraico cujo o sentido nao procurava compreender. Lia para não ter que pensar. Depois queimava-os, folha a folha. Despreza o que não fosse feito de sonho e tudo que havia era pesado, inerte e aparentemente vivo, esta era a sua razão.
Acreditava na sua alma e nada mais.
Sabia que o achavam louco, o que não o ofendia, porque era a maneira que tinham que confessar que não sabiam quem era.
A sua mãe era o seu unico amor e para pudermos continuar a sentir qualquer amor devemos manter-nos muito longe dele, assim justificava a si proprio a sua viagem sem destino. Nem trazia dela qualquer fotografia. O perfeito amor é feito de sonho, dizia ele. Um dia, por saudades e para o obrigar a voltar, a mãe deixou de lhe enviar o dinheiro mensal. Nao se incomodou. Foi viver para um anexo da casa do cocheiro e deixou de comer. Bebida chá com um pouco de leite e acreditava que era suficiente. Viram-no tardes seguidas, imovel, inclinado num banco, fixando uma estranha figura.

2 comentários:

Jorge disse...

Um texto muito bom, que poderia servir de início a um bom livro. Esta é também uma boa forma de deitar cá para fora o que sentimos. :)

CCC* disse...

:D Sim era ^^
Parecias simpatica :$ E tens demonstrado ser :D